Venda de imóvel usado cai 11,19%, mas locação cresce 15,18% em SP

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As férias de janeiro fizeram bem ao mercado de locação paulista, segundo apurou pesquisa feita pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (Creci-SP) com 1.066 imobiliárias de 37 cidades. O número de casas e apartamentos alugados foi 15,18% maior que o de dezembro. Em contrapartida, as vendas de imóveis usados recuaram 11,19% nessa mesma comparação.
– É praxe do mercado que as famílias aproveitem as férias de início de ano para trocar de casa, por necessidade financeira ou mudança de local de trabalho, e que estudantes aprovados em vestibulares aluguem imóvel em cidades que têm centros universitários – afirma José Augusto Viana Neto, presidente do Creci-SP.
Tanto esse crescimento da locação quanto a queda de vendas são comportamentos esperados no início do ano, “mas a retração do mercado de usados tem causas mais profundas que a sazonalidade”, acrescenta Viana Neto. Entre elas, ele destaca a perda de poder aquisitivo das famílias com a alta da inflação, o aumento do desemprego, a incerteza com os rumos da Economia.
Outro destaque da pesquisa do Creci-SP é que o ano começou com a devolução de imóveis superando as novas locações, e na maioria dos casos (50,79%) por motivos financeiros. O número de casas e apartamentos entregues às imobiliárias superou em 6,98% o total de novos contratos.
– É outro efeito da crise econômica, que tem levado muitas famílias a buscar um aluguel mais barato – esclarece Viana Neto.
O índice Creci-SP, que apura o comportamento mensal do conjunto de preços de venda e de locação residencial de imóveis no estado, registrou queda de 6,55% em janeiro. Em 12 meses, o índice acumula retração de 4,43%.
As 1.066 imobiliárias consultadas pelo Creci-SP alugaram em janeiro 15,18% a mais que em dezembro de 2015, com a preferência dos novos inquilinos recaindo mais sobre casas (62,44% do total) do que apartamentos (37,56% do total).
O aumento nas locações em janeiro foi puxado por duas das quatro regiões que compõem a pesquisa do Creci-SP – o interior (+ 42,08%) e o litoral (+ 14,73%). Houve queda na capital ( – 1,52%) e nas cidades de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Guarulhos e Osasco ( – 6,25%).
Os imóveis com aluguel médio de até R$ 1.000 foram os mais alugados, com 57,6% do total de novos contratos. Os descontos médios concedidos pelos donos de imóveis sobre os valores originalmente pedidos pelos aluguéis foram de 9,51% nos bairros de regiões nobres (- 37,96% sobre os 15,33% de dezembro); de 10,41% nos bairros de regiões centrais (+ 2,76% sobre os 10,13% de dezembro) e de 11,99% nos bairros de periferia (+ 17,78% sobre os 10,18% de dezembro).
A pesquisa também apontou o fiador como forma preferida de fiança pela maioria dos proprietários, presente em 62,31% dos novos contratos. As outras formas de garantia de pagamento em caso de inadimplência foram o depósito de três meses do aluguel (17,36%), o seguro de fiança (12,89%), a caução de imóveis (5,5%), a cessão fiduciária (1,36%) e a locação sem garantia (0,58%).
O número de inquilinos inadimplentes em janeiro, de 5,63% dos contratos em vigor nas imobiliárias consultadas, foi 3,64% menor que em dezembro, que estava em 5,84% do total de contratos.        
Os proprietários não aliviaram o bolso de quem comprou imóvel usado em janeiro no Estado de São Paulo, segundo a pesquisa feita pelo Creci-SP com 1.066 imobiliárias em 37 cidades. Os descontos que eles ofereceram sobre os preços originalmente pedidos por seus imóveis foram menores que os concedidos em dezembro.
A queda foi de 30,65% nos bairros situados em áreas nobres das cidades, com o desconto médio baixando de 8,06% em dezembro para 5,59% em janeiro. Em bairros de periferia, o desconto foi reduzido em 28,34% ao cair da média de 6,28% para 4,5%. Já nos bairros situados no centro das cidades, o descontou médio em janeiro, de 6,92%, foi 3,35% menor que o de dezembro, de 7,16%.
A redução dos descontos contribuiu para a queda de 11,19% nas vendas no período, agravando um quadro de dificuldades formado por desemprego e incerteza crescentes, perda de poder aquisitivo das famílias e restrições de crédito.
Houve queda em duas das quatro regiões em que é feita a pesquisa: na capital, de -15,31%; e nas cidades do ABCD mais Guarulhos e Osasco, de -65,29%. No interior e no litoral, as vendas cresceram 12,06% e 5,7%, respectivamente.
Mais da metade (52,82%) dos imóveis usados vendidos em janeiro teve financiamento de bancos, enquanto 35,92% foram negociados com pagamento a vista. A pesquisa do Creci-SP constatou ainda que 10,56% das vendas foram feitas com pagamento parcelado pelos proprietários dos imóveis e que 0,7% contaram com financiamento de consórcios imobiliários.  A venda de apartamentos, com 65,49% do total, superou a de casas, que somaram 34,51%.
Como aconteceu em dezembro, os imóveis com preço médio de até R$ 300 mil foram os mais vendidos em janeiro no Estado de São Paulo. Eles somaram 63,73% dos contratos, superando os 56,39% de dezembro. Também na distribuição das vendas por faixas de valor, predominaram as de até R$ 4 mil o m² com 63,29% em janeiro (até 56,27% em dezembro).
A pesquisa Creci-SP foi realizada em 37 cidades: Americana, Araçatuba, Araraquara, Bauru, Campinas, Diadema, Guarulhos, Franca, Itu, Jundiaí, Marília, Osasco, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rio Claro, Santo André, Santos, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, São Carlos, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo, Sorocaba, Taubaté, Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião, Bertioga, São Vicente, Peruíbe, Praia Grande, Ubatuba, Guarujá, Mongaguá e Itanhaém.

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